A possibilidade da Grécia sair do euro é cada vez mais uma realidade. Vários economistas dizem que é inevitável e que acontecerá nos próximos meses ou semanas.
A ideia generalizada que se tem passado é que será uma "catástrofe". Prova recente disso é a notícia que está em destaque no Sapo - E se a Grécia sair mesmo do Euro?
Na opinião dos "analistas" consultados pela Visão, "as consequências da saída da Grécia do euro seriam 'semelhantes ao que aconteceu na Argentina', no colapso financeiro no final da década de 1990". Afirmam ainda que a economia grega "pode ter uma recuperação de seis, sete ou oito anos".
A comparação com a Argentina tem sido frequente e faz sentido que assim seja. Muito resumidamente, a Argentina atravessava uma grave crise financeira desde 1998, em grande parte devido à paridade estipulada entre o Peso e o Dólar Americano, quando em Dezembro de 2001, decide quebrar essa paridade e reestruturar a sua dívida (default). Ora o que aconteceu desde então? Catástrofe? Talvez não...
Abaixo está um gráfico - elaborado por Weisbrot e Montecino - que compara a situação da Argentina entre 1996 e 2007 (eixo superior) com a situação da Grécia entre 2005 e 2016 (eixo inferior).
E o que é que nos dizem estes dados sobre a performance da Argentina?
Em primeiro lugar, o PIB da Argentina demorou menos de 2 anos a recuperar para os valores de 2001, ou seja bem mais rápido do que os "seis, sete, oito anos" que os analistas apontam como prazo de recuperação da Grécia.
Em segundo lugar, a economia Argentina cresceu mais de 60% após o default (entre 2002 e 2008) - superando, no final de 2005, a tendência histórica de crescimento. (Dados para um período mais alargado indicam ainda que a economia Argentina cresceu mais de 90% entre 2002 e 2010.)
E a economia grega?
Bom, o gráfico fala por si. De acordo com as previões do FMI (ou seja, assumindo que a Grécia cumpre o acordo e não sai do euro), podemos ver que a economa grega estará, em 2016 (9 anos depois do início crise), uns bons 25% abaixo da tendência verificada antes de 2007. (E como sabemos mesmo estas previsões serão, provavelmente, demasiado optimistas)
PS: Paralelismo semalhante poderá ser traçado entre a Argentina e Portugal (sim, porque Portugal sair do euro também é uma possibilidade cada vez mais real) - Mais sobre isto ainda hoje!
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